Empresário abastece 2.000 lojas na capital com enfeites de Natal
Conheça Eduardo Cincinato, o homem por trás da decoração que invade a cidade
Carolina Giovanelli | 21/12/2011
Basta dar uma volta pelas ruas da cidade para perceber que as decorações natalinas estão com ares cada vez mais pomposos. Os fãs do Papai Noel se tornaram exigentes na hora de comprar seus arranjos e não se importam em investir pesado para se destacar. Por trás das luzes e dos brilhos, há um mercado lucrativo que movimenta mais de 1 bilhão de reais por ano no país. Muito do que se encontra por aí chega à cidade pelas mãos de Eduardo Cincinato, proprietário único da Cromus, empresa especializada em importar enfeites de Natal e Páscoa, além de produzir embalagens para presente. Paulistano da Zona Leste, o executivo formado em direito abastece 2.000 estabelecimentos da capital com seus produtos, vendidos somente a lojistas.
Depois de se desligar de uma distribuidora de papel celofane e artigos de floricultura, onde trabalhou como contador por treze anos, Cincinato resolveu iniciar seu próprio negócio, focado em embalagens para a Páscoa. Reuniu as economias de 50.000 reais, contratou dois funcionários e abriu a empresa em uma pequena casa alugada, em 1993. Com o sucesso da empreitada no setor do chocolate, bolou, no ano seguinte, saquinhos metalizados com desenhos caprichados em diferentes tamanhos. “Os fabricantes do ramo de presentes preferiam os rolos de papel para os embrulhos, pois podiam cortá-los em qualquer medida”, conta. “No começo, acharam que a ideia resultaria num fracasso.” Depois que o magazine de roupas C&A resolveu testar a ideia, que logo foi aprovada, os clientes não pararam de bater à porta. Não demorou para aparecerem outros gigantes, como Riachuelo, Pernambucanas e PBKids.
A fábrica, em Mauá: 820 funcionários
Aos poucos, Cincinato deixou de terceirizar os serviços. Hoje, conta com um galpão para depósito no bairro do Ipiranga e uma fábrica de 17.000 metros quadrados no município de Mauá (a 26 quilômetros de São Paulo), onde 820 funcionários se revezam 24 horas por dia. No total, o complexo utiliza 400 toneladas de material por mês, como plástico, papel, alumínio e outros. Para crescer, o empresário apostou em importar badulaques garimpados em feiras especializadas da Ásia, principalmente da China, Os desenhos das embalagens passaram a ser produzidos por designers contratados. Misturas de cores e de padrões destacam-se entre as tendências recentes. Lojas interessadas em estampas personalizadas para suas marcas solicitaram o serviço, que hoje existe e não sai por menos de 5.000 reais.
Foi em 2006, porém, que o administrador fez a acertada escolha de disputar uma fatia do segmento natalino, cujos lucros atualmente significam 40% da renda da empresa. Ele guarda os números a sete chaves, mas estima-se que somente no Natal a Cromus supere a marca de 3 milhões de reais de faturamento. Sua variedade de 8.000 produtos para a ocasião (3.000 a mais do que no ano passado), de bolas coloridas a felpudos papais noéis, de bonecos de neve em miniatura a guirlandas, pode ser encontrada em lojas como Armarinhos Fernando, na Rua 25 de Março, Empório Santa Maria, no Itaim Bibi, e Empório do Papai Noel, no MorumbiShopping. Para os lojistas, o preço dos itens varia de 10 centavos a 1.000 reais. “Toda a linha fornecida pela Cromus é bastante requisitada”, afirma Elisabeth Torresi, dona do comércio Christmas World, na Rua Estados Unidos.
Há cinco anos, ela é cliente da empresa, que começa a preparar o Natal um ano e dois meses antes da comemoração. Aos 49 anos, Cincinato tem fama de durão no comando dos negócios. Ao longo do expediente, que vai das 8 às 21 horas — “inclusive aos sábados”, ressalta ele —, vigia de perto os setores administrativo, comercial e industrial. “Com fortes concorrentes, a Cromus pesquisa bastante para oferecer artigos de bom gosto”, diz Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal Feiras, que promove o evento Natal Show. “Ele tem um perfil agressivo de vendas e se esmera em montar decorações profissionais para expor seus produtos.” A próxima feira Natal Show acontece de 15 a 18 de junho de 2012, no Expo Center Norte. Ela terá 50% mais expositores do que em sua primeira edição, no ano passado. Como reflexo disso, a decoração de fim de ano não para de se expandir no comércio paulistano e, no que depender de Cincinato, continuará crescendo nos próximos natais.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2011
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
Coco do Vale disputa cliente com PepsiCo
Coco do Vale disputa cliente com PepsiCo
Por Daniele Madureira | De São Paulo
Até o início de 2010, 150 mil litros de água de coco eram descartados todo mês pela Coco do Vale. Fabricante de coco ralado e leite de coco, a empresa só usava o fruto e jogava fora a água, que acabava irrigando o seu coqueiral em Lucena, litoral da Paraíba. "Era preciso investir em uma linha de embalagens cartonadas para envasar a água de coco e não tínhamos interesse", diz o presidente da Coco do Vale, Frederico Tavares de Melo.
Até que, em 2010, a empresa percebeu que faltava água de coco no mercado e ofereceu o produto à PepsiCo, dona da Kero Coco, e à Wow, que tem a Sufresh Akoko. "Em 2010, a venda de água de coco em caixinha cresceu 4% em volume, mas poderia ter sido 10%, se tivesse mais fruto", diz Luiz Carlos Barboza, superintendente da Coco do Vale, lembrando que o tempo de maturação do coqueiro para dar fruto é quatro anos. Nos primeiros nove meses deste ano, a venda de água de coco já cresceu 12% sobre todo o ano de 2010, segundo a Tetra Pak, que fornece a embalagem para todas as marcas.
O cenário promissor animou a Coco do Vale a investir R$ 13 milhões e lançar sua própria marca este ano. Mais R$ 1 milhão serão investidos em 2012 na produção, que está em 1,1 milhão de litros ao mês. Desse total, 20% são exportados, em especial aos Estados Unidos. Lá, a Coco do Vale acaba de lançar a bebida com sabor (versões abacaxi, açaí com romã e manga com pêssego). "Estamos negociando com uma varejista americana a produção de água de coco com a marca deles", diz Barboza.
Ducoco e PepsiCo também exportam para os EUA, aproveitando a alternância entre o verão brasileiro e o americano. Nos EUA, a PepsiCo vende as marcas O.N.E. e Naked. Aqui, a múlti é líder absoluta com Kero Coco (62% do mercado), seguida por Ducoco e Sococo.
Até o fim de 2012, a Coco do Vale espera estar entre os três maiores players do mercado de água de coco no país, que movimentou cerca de R$ 400 milhões em 2010. A julgar pelo desempenho até agora, a meta não é ousada. Depois que parou de jogar fora a bebida, a Coco do Vale fechará vendas 56% maiores em 2011, chegando a R$ 70 milhões. Desse total, 40% vêm da água de coco. "Em 2012 projetamos faturamento de R$ 120 milhões, metade disso com água de coco", diz Tavares de Melo. Para isso, a empresa triplicou a sua força de vendas para 60 pessoas, que atuam em todas as regiões do país.
A produção de coco é localizada no Norte e Nordeste. Mas o Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram 85% das vendas. "A Coco do Vale não dava importância para a água de coco, produto muito comum na região", diz Maurício Speranzini, sócio da Speranzini Design, que no ano passado reformulou a logomarca da empresa e desenhou as novas embalagens de água de coco. "Mas estão explorando um nicho forte no exterior: em frutas, os americanos não têm a mesma riqueza de sabores que nós e apreciam os 'blends' de água de coco".
A Coco do Vale também começou a fabricar a Puro Coco Maguary, lançamento da Ebba, dona da Maguary e da Dafruta. Os controladores da Coco do Vale e da Ebba têm o mesmo sobrenome: Tavares de Melo. "Meu pai, Marcílio Tavares de Melo, foi um dos fundadores da Maguary", diz Frederico. A Maguary foi vendida em 1984 para a Souza Cruz e, depois, para a Fleischmann Royal Nabisco, mais tarde incorporada pela Kraft Foods. Em 2009, a Ebba (de Romildo, Sílvio e Virgílio Tavares de Melo, irmãos de Marcílio) comprou a Maguary da Kraft. Marcílio, por sua vez, adquiriu em 1996 a Agrícola Vale do Mangereba, criada para atender a Maguary. Vendia apenas coco in natura até 2003, quando começou a fabricar leite de coco e coco ralado sob a marca Coco do Vale. Agora, será fornecedor dos irmãos.
Por Daniele Madureira | De São Paulo
Até o início de 2010, 150 mil litros de água de coco eram descartados todo mês pela Coco do Vale. Fabricante de coco ralado e leite de coco, a empresa só usava o fruto e jogava fora a água, que acabava irrigando o seu coqueiral em Lucena, litoral da Paraíba. "Era preciso investir em uma linha de embalagens cartonadas para envasar a água de coco e não tínhamos interesse", diz o presidente da Coco do Vale, Frederico Tavares de Melo.
Até que, em 2010, a empresa percebeu que faltava água de coco no mercado e ofereceu o produto à PepsiCo, dona da Kero Coco, e à Wow, que tem a Sufresh Akoko. "Em 2010, a venda de água de coco em caixinha cresceu 4% em volume, mas poderia ter sido 10%, se tivesse mais fruto", diz Luiz Carlos Barboza, superintendente da Coco do Vale, lembrando que o tempo de maturação do coqueiro para dar fruto é quatro anos. Nos primeiros nove meses deste ano, a venda de água de coco já cresceu 12% sobre todo o ano de 2010, segundo a Tetra Pak, que fornece a embalagem para todas as marcas.
O cenário promissor animou a Coco do Vale a investir R$ 13 milhões e lançar sua própria marca este ano. Mais R$ 1 milhão serão investidos em 2012 na produção, que está em 1,1 milhão de litros ao mês. Desse total, 20% são exportados, em especial aos Estados Unidos. Lá, a Coco do Vale acaba de lançar a bebida com sabor (versões abacaxi, açaí com romã e manga com pêssego). "Estamos negociando com uma varejista americana a produção de água de coco com a marca deles", diz Barboza.
Ducoco e PepsiCo também exportam para os EUA, aproveitando a alternância entre o verão brasileiro e o americano. Nos EUA, a PepsiCo vende as marcas O.N.E. e Naked. Aqui, a múlti é líder absoluta com Kero Coco (62% do mercado), seguida por Ducoco e Sococo.
Até o fim de 2012, a Coco do Vale espera estar entre os três maiores players do mercado de água de coco no país, que movimentou cerca de R$ 400 milhões em 2010. A julgar pelo desempenho até agora, a meta não é ousada. Depois que parou de jogar fora a bebida, a Coco do Vale fechará vendas 56% maiores em 2011, chegando a R$ 70 milhões. Desse total, 40% vêm da água de coco. "Em 2012 projetamos faturamento de R$ 120 milhões, metade disso com água de coco", diz Tavares de Melo. Para isso, a empresa triplicou a sua força de vendas para 60 pessoas, que atuam em todas as regiões do país.
A produção de coco é localizada no Norte e Nordeste. Mas o Sudeste, Sul e Centro-Oeste concentram 85% das vendas. "A Coco do Vale não dava importância para a água de coco, produto muito comum na região", diz Maurício Speranzini, sócio da Speranzini Design, que no ano passado reformulou a logomarca da empresa e desenhou as novas embalagens de água de coco. "Mas estão explorando um nicho forte no exterior: em frutas, os americanos não têm a mesma riqueza de sabores que nós e apreciam os 'blends' de água de coco".
A Coco do Vale também começou a fabricar a Puro Coco Maguary, lançamento da Ebba, dona da Maguary e da Dafruta. Os controladores da Coco do Vale e da Ebba têm o mesmo sobrenome: Tavares de Melo. "Meu pai, Marcílio Tavares de Melo, foi um dos fundadores da Maguary", diz Frederico. A Maguary foi vendida em 1984 para a Souza Cruz e, depois, para a Fleischmann Royal Nabisco, mais tarde incorporada pela Kraft Foods. Em 2009, a Ebba (de Romildo, Sílvio e Virgílio Tavares de Melo, irmãos de Marcílio) comprou a Maguary da Kraft. Marcílio, por sua vez, adquiriu em 1996 a Agrícola Vale do Mangereba, criada para atender a Maguary. Vendia apenas coco in natura até 2003, quando começou a fabricar leite de coco e coco ralado sob a marca Coco do Vale. Agora, será fornecedor dos irmãos.
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